Numa conversa com um amigo empresário de supermercado, falávamos sobre atendimentos aos clientes e entramos no tema relacionado ao treinamento de funcionários.
Perguntei-lhe qual o número de empregados que possuía e se ele fazia reuniões periodicamente, proporcionando-lhes treinamentos. A resposta deste amigo foi que possuía 40 funcionários e que ainda não estava fazendo reuniões com seus funcionários, portanto, não havia nenhum tipo de treinamento.
Em nosso dialogo, contou-me que havia feito administração em uma das melhores universidades do Brasil, a Universidade Mackenzie, e também cursos no Canadá e ainda havia realizado estagio numa grande rede de magazine onde comandava mais de 45 lojas na área de administração e de recursos humanos. Ou seja, segundo ele, possuía uma experiência em coordenar equipes de funcionários, porém, segundo ele, empresário de cidade pequena, o caso é diferente, pois devido os laços de amizades e outras peculiaridades é necessário mais habilidade para trabalhar com os empregados já que são pessoas sem qualificações profissionais e que resistem em diferenciar amizade com profissionalismo.
Realmente, há uma diferença substancial entre liderar profissionais e liderar pessoas que ainda são amadores em determinadas atividades profissionais, ou seja, liderar pessoas habilitadas para exercer funções e os quais não se possui laço mais afetivo, torna-se mais simples em exercer liderança com aqueles os quais nos vêem como amigos. No entanto, para o empresário que deseja crescer é fundamental quebrar este paradigma e profissionalizar sua equipe de trabalho, pois a eficiência, seja ela no atendimento ao cliente ou na qualidade dos serviços somente atinge excelência a partir de uma equipe preparada profissionalmente.
Acredito que o primeiro passo para começar trabalhar na profissionalização dos funcionários, deve-se iniciar pela motivação, ou seja, dar a eles a responsabilidade pelo crescimento da empresa oferecendo bônus deste crescimento, mas também o ônus. Muitas vezes, um bom salário não causa tanto efeito positivo quando funcionários trabalham descontente ou quando vêem seus superiores como inimigos. Isto é muito comum ocorrer devido certas empresas usarem políticas agressivas com seus empregados. Ou seja, ao invés de terem funcionários têm inimigos, descomprometendo-se com a empresa ou proporcionando que as mesmas tenham prejuízos.
O segundo passo é descentralizar o trabalho através da criação de setores. Com a criação de campos de trabalhos, formam-se equipes que atuarão em áreas distintas na empresa. Isto facilita o acompanhamento, a avaliação e a coordenação dos setores de maneira detectar as possíveis falhas como também aprimorar o atendimento nestas áreas, além do que, a divisão em setores de trabalho é uma maneira de criar hierarquia e cargos que incentivam os funcionários para atingi-los e assim, terem a possibilidade melhorar suas remunerações e crescer na empresa conforme ela vai ampliando.
Outro fator importante para que se busque o desenvolvimento e crescimento é a informatização. Não dá para ser profissional sem atualizar-se mantendo métodos antigos. É necessário investir na informatização tanto da empresa quanto na formação dos empregados. Quanto mais os funcionários aprimorem suas técnicas de trabalho; quanto mais a empresa esteja inserida em programas tecnológicos que facilitem a administração e ofereçam aos seus clientes melhores qualidades nos atendimentos, melhor será o desempenho dela em termos de crescimento.
Enfim, mesmo que profissionalizar os funcionários em uma cidade pequena, devido suas às peculiaridades, seja mais complexa é necessário e fundamental, até porque, profissionalização é sinônimo de gestão, ou seja, uma empresa que não tem uma boa gestão ao invés de crescer pode vir a falir. Portanto, acredito e afirmo que com habilidade no trato com os funcionários investindo primeiramente, na motivação e na profissionalização dos mesmos, consegue-se montar uma equipe de trabalho onde os objetivos são alcançados, ou seja, todos são beneficiados; os funcionários, a empresa e por fim, os clientes.
Ataíde Lemos
Escritor e poeta